domingo, 7 de março de 2010

As Metamorfoses do Governo Representativo – Manin
Classificação do Governo Representativo – Início de avanço da democracia, extensão do direito do voto. Maio identidade social e cultural entre os governantes e governado. Aproxima-se do ideal de autogoverno, do povo governando a si mesmo.
Tipos de governo representativo - parlamentar, democracia de partido e democracia do público.

Respostas às questões 1e 2
PARLAMENTAR – a relação de confiança tem um caráter essencialmente pessoal no modelo parlamentar. O candidato inspira confiança por sua personalidade, não por suas relações com outros representantes ou com organizações políticas. O representante mantém uma relação direta com os eleitores. A confiança decorre do fato de que o representante pertence se define à mesma comunidade de seus eleitores, e essa comunidade se define em termos puramente geográficos. O governo parlamentar é o reinado dos notáveis Os deputados são livres para votar de acordo com sua consciência e seu julgamento pessoal. Os representantes não são porta-vozes dos eleitores, mas seus homens de confiança.
O parlamento pode ser um local de deliberação no sentido pleno da palavra, ou seja, um lugar onde os políticos definem suas posições através da discussão e onde o consentimento de uma maioria é alcançado através da troca de argumentos. Os deputados não estão presos à vontade de seus eleitores.

DEMOCRACIA DE PARTIDO – os representantes são eleitos pelos governados. Os cidadãos não votam mais em alguém que conhecem pessoalmente, mas em um candidato que carrega as cores de um partido.
As qualidades que especificam os representantes não são mais o prestígio social e a notoriedade local, mas o ativismo e a capacidade de organização. Os eleitores não escolhem seus representantes por essa razão, mas essas qualidades são selecionadas pela estrutura interna do partido. A democracia de partido é o governo do ativista e líder partidário, ou do chefe político.
O povo vota em um partido e não em uma pessoa. Os eleitores tendem a escolher, dentre uma longa lista de candidatos apoiados por diferentes partidos, àqueles que pertencem à mesma organização. Na democracia de partido, a representação se torna, fundamentalmente, um reflexo da estrutura social.
O sentimento de pertencimento de identidade social determina muito mais as atitudes eleitorais do que a adesão a programa político de um partido. Na democracia de partidos, os representantes não são mais indivíduos livres para votar segundo consciência e julgamento, eles estão presos à disciplina partidária e dependem do partido que os elegeu.
O parlamento se transforma em um instrumento de avaliação e registro de força relativa dos interesses sociais em luta. A democracia de partido maximiza o risco do confronto aberto, repousa no princípio da conciliação, os partidos não podem realizar a totalidade seus projetos, quando ascendem ao poder. É preciso uma margem de manobra após as eleições, o partido não pode ficar atrelado exclusivamente ao seu programa político.
As sessões plenárias do parlamento não são mais um fórum de debates deliberativos. Uma rígida disciplina comanda o voto no interior de cada campo de forças ma vez determinada à posição do partido, os deputados não podem mudar de opinião em função de debates.
Os partidos organizam tanto a disputa eleitoral quanto os modos de expressão da opinião pública (manifestações de rua, petições, campanhas pelos jornais). A existência uma imprensa de opinião tem uma importância especial os cidadãos mais bem-informados, os mais interessados em política e os formadores de opinião, obtém informações por intermédio da leitura de uma imprensa politicamente orientada. Os cidadãos são muito pouco expostos à recepção de pontos de vista contrários, o que contribui para reforçar a estabilidade de opiniões políticas.

DEMOCRACIA DO PÚBLICO – os representantes são eleitos pelos governados, a personalidade dos candidatos parece ser um dos fatores essenciais na explicação dessas variações. As pessoas votam de modo diferente, de uma eleição para outra, dependendo da personalidade dos candidatos. Os eleitores tendem a votar em uma pessoa, e não em um partido.
Os partidos continuam a exercer um papel essencial, mas tendem a se tornar instrumentos a serviço de um líder. A relação de representação tem um caráter essencialmente pessoal
Na democracia de público, a convergência se estabelece com o tempo através de um processo de ensaio o candidato toma a iniciativa de propor uma linha divisória durante a campanha, ou, com menos riscos, a partir das pesquisas de opinião. O público, a seguir, responde a divisão proposta e, por fim, o político corrige ou mantém a proposta inicial, dependendo da reação do público.
Os representantes políticos são atores que tomam a iniciativa de propor um princípio de divisão no interior do eleitorado Eles buscam identificar essas clivagens e trazê-las ao palco. Mas é o público que, afinal dá o veredicto.
Os canais de comunicação política afetam a natureza da relação de representação: os candidatos se comunicam diretamente com seus eleitores através do rádio e da televisão, dispensando a mediação de uma rede de relações partidárias. A televisão realça e confere uma intensidade especial à personalidade dos candidatos.Os meios de comunicação de massa, no entanto, privilegiam determinadas qualidades pessoais: os candidatos vitoriosos não são os de maior prestigio local, mas os comunicadores pessoais que dominam as técnicas da mídia.
Questão 3 Para Manin, Os canais de comunicação com a opinião pública são politicamente neutros, isto é, não têm uma base partidária. Razões econômicas e tecnológicas causaram o declínio da imprensa de opinião. Atualmente, os partidos políticos não costumam ser proprietários de jornais de grande circulação Por outro lado, o rádio e a televisão não têm oficialmente uma orientação partidária. O resultado dessa neutralização da mídia em relação às clivagens partidárias é que as pessoas recebem as mesmas informações sobre dado assunto, a despeito de suas preferências políticas. Isso não significa que os assuntos ou os fatos – diferentemente dos julgamentos – sejam percebidos de maneira relativamente uniforme através do amplo espectro das preferências políticas.
Sônia Amaro - 0615684

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