Manin classifica os tipos de governo representativo em função de quatro princípios: eleição de representantes pelos governados, independência parcial dos representantes, liberdade da opinião pública e decisões políticas tomadas após deliberação.
O primeiro tipo é o governo parlamentar.
Nesse governo a eleição dos representantes é feita com base em uma relação de confiança entre eleitores e eleitos. Confiança essa baseada na personalidade do postulante ao cargo político em disputa. Nesse modelo, os parlamentares votam de forma livre, de acordo com suas convicções pessoais, isso de deve principalmente ao fato de que ele é eleito por um ato não político, ou seja, pelo seu prestígio local.
A liberdade de opinião torna-se necessária mesmo pela maneira como os representantes são eleitos. Se a eleição representa relações de confiança personificadas, então as opiniões políticas precisam de outro canal que não o eleitoral.
As decisões devem ser tomadas após debates de opiniões divergentes. Essa característica justifica a necessidade de autonomia dos parlamentares em relação aos eleitores.
O segundo tipo de governo representativo é a democracia de partido. Neste os cidadãos votam não mais em candidatos nos quais confiam, mas sim naqueles que têm impressa em si a imagem de um partido. Os representantes votam de acordo com as diretrizes do partido do qual dependem. A opinião pública reflete as clivagens partidárias e as decisões não são mais o consenso de opiniões divergentes, mas a posição consolidada dos partidos, independente das opiniões individuais.
Por último há a democracia de público, que pode ser definida como a democracia da comunicação. Os candidatos se comunicam de forma direta com seus eleitores através dos meios de comunicação.
A imprensa tem comportamentos distintos nos diferentes tipos de governo. No governo parlamentar, as opiniões são veiculadas de forma livre. Na democracia de partido, as opiniões da imprensa são as opiniões dos partidos. Há por último a tese da imprensa neutra. Segundo Manin as informações são difundidas de forma apartidária, sem viés político definido.
No Brasil, no entanto, essa tese não se aplica. Os grandes jornais e outros importantes e populares veículos de comunicação são vinculados a partidos e políticos. As informações são apresentadas com distorções, claramente enviesadas no sentido de favorecer posições políticas específicas. Um possível remédio para esse mal do governo representativo talvez seja a ampla utilização da internet como forma difusão de informações mais amplas e imparciais.
Rafael Santos 0715212
domingo, 7 de março de 2010
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